MEDICALIZAR, PATOLOGIZAR, EXCLUIR
Usa-se medicamento p/ tudo |
Não podemos contestar a contribuição da neurociência para nosso bem-estar, contudo a medicalização tem tratado problemas de natureza sócio-econômico-cultural com drogas. Para Maria Salum, Doutora em Psicologia e integrante do Núcleo de Saúde do CRP/SP, antidepressivos podem ajudar as pessoas desde que não reduzam o sofrimento psíquico ao ponto de o tornarem crônico.
Para Maria Aparecida Affonso Moysés, Professora Titular da UNICAMP, “o método clínico cresce porque acalma conflitos”. Atribuir a causa de uma dificuldade escolar a uma doença isenta pais, educadores e governos de suas responsabilidades. Numa sociedade imediatista, recorrer a um comprimido é uma idéia altamente tentadora.
Pais e educadores se encontram perdidos diante de problemas dessa nova ordem social e lhes aplicam velhas fórmulas. Antes vivíamos numa sociedade vertical, hierarquizada. Agora horizontalmente organizada precisamos inventar soluções para seus problemas. Em nossa incompetência, “a biologização de questões sociais passou a ser a resposta rotineira para os conflitos sociais”, como afirma Cida Moysés. Os efeitos disso recaem sobre o aluno que acaba sendo o único responsável por toda a situação.
Fonte: Psi Jornal de Psicologia CRP/SP – nº 155 – mar/abr, 2008.
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P a r a e n v i a r p e r g u n t a s : gobett@tribunatp.com.br
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