SEXUALIDADE E CONSUMO NA
TV (VI)
Cultura e Tabu
Por Paulo
Roberto Ceccarelli*
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A revolução sexual dos anos 60 quebrou tabus |
Com a “revolução sexual” dos anos 60 surgiu
grande liberdade para se falar sobre sexualidade; houve maior transparência das
práticas sexuais (o adolescente leva o/a companheiro/a para passar a noite em
casa); casar-se sem ser virgem, ficar grávida sem se casar não causam mais escândalo;
relacionamentos homossexuais são assumidos, etc. Pais passam a responder
perguntas dos filhos honestamente. Tais assuntos não são mais tabus.
Porém, o contato com o sexual não se
tornou mais simples. Com a “desrepressão” não houve um desrecalcamento da
sexualidade. Essas duas variantes (repressão e recalcamento sexual) afetam
regiões psíquicas diferentes, facilmente tratadas como de mesma ordem.
O sistema de valores sustenta o
imaginário social e faz emergir a moral vigente. Esse imaginário constrói-se a
partir de um mito de origem da cultura, portanto sócio-histórico. O sistema de
valores da cultura ocidental origina-se no imaginário judaico-cristão, onde o
discurso ideológico com noções de normalidade e patologia, supostamente
naturais e imutáveis, se cria. A Moral sexual civilizada impõe uma sexualidade
normativa a todos, ponto em que incidiu a revolução sexual.
*
Paulo Roberto Ceccarelli é Doutor em Psicopatologia Fundamental e
Psicanálise pela Universidade de Paris VII, entre outros títulos de
peso.
P a r a e n v i a r p e r g u n t a s : gobett@tribunatp.com.br
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