SEXUALIDADE E CONSUMO NA
TV (VIII)
A ditadura da mídia
Por Paulo
Roberto Ceccarelli*
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A TV dita como deve ser a sexualidade |
A TV aproveita-se da liberdade da revolução
sexual para ditar padrões que só são possíveis quando o erotismo se transforma em
pornografia (erotismo esvaziado de afeto), e a intimidade é evitada. A
sexualidade veiculada pela mídia é tomada como correta. Nessa perspectiva, a
pornografia é uma defesa que evita o contato com conteúdos psíquicos proibidos
geradores de culpa e prazer. São vários os programas em que há a presença de
“especialistas”: psicólogos, psicanalistas, sexólogos, etc., novelas cujo
público-alvo é o adolescente. Muitos exibem modelos estereotipados que ditam
como agir, exigem performances sexuais sem falhas, comportamentos normativos e
normatizantes. Jovens carentes de referências internas se valerão dos modelos da
mídia, ignorando-se a dimensão fantasmática presente nas relações sexuais, sem considerar
o sexual um mosaico escalonado em diferentes registros, com formas de prazer diversos,
múltiplos e por vezes inconciliáveis. Isso pode fazer com que o sujeito se
sinta desrespeitado, discriminado, perdido. Por outro lado oferece “soluções” a
conflitos internos assegurando ao sujeito a ilusão de pertencimento a um grupo.
*
Paulo Roberto Ceccarelli é Doutor em Psicopatologia Fundamental e
Psicanálise pela Universidade de Paris VII, entre outros títulos de
peso.
P a r a e n v i a r p e r g u n t a s : gobett@tribunatp.com.br
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