A
AUDIÊNCIA DE BRUNO
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A mídia faz tudo em nome de audiência |
Quando
o cantor Belo foi acusado de envolvimento com o tráfico de drogas, uma emissora
de TV manteve a notícia no ar por 2 horas sem intervalos. Baseados numa fita
gravada que era tocada a todo instante, nomes iam sendo citados e ligações telefônicas
surgiam em defesa. O
noticiário superou os maiores índices de audiência.
Estamos
vendo, de uma forma um pouco diferente, o mesmo acontecer com o caso Bruno. Em
nome da audiência, a mídia exerce um papel que não é o seu: o mérito do julgamento
que cabe ao judiciário, a portas fechadas, com as partes representadas, um juiz
presidindo a audiência, etc.
A
figura do pai (representante da Lei) em nossa sociedade se encontra em declínio
vertiginoso. Era o pai quem dava o norte, organizava a casa. Isso acabou. Não
vivemos mais aquela sociedade do certo/errado, nossa organização atual não é
mais hierarquizada, a globalização horizontalizou as relações Esses fenômenos são
sintomas da ausência paterna.
No
momento em que a mídia noticia os fatos apontando culpados de certa forma está
exercendo um papel que não é legitimamente seu. É bom deixar claro que isso não
é um posicionamento favorável ou contra a acusação de Bruno (forma como a mídia
veiculou a matéria).
Esse
poder da mídia é muito perigoso. Uma investigação policial é criteriosa e não
se preocupa com índices de audiência, mas emissoras de rádio e TV sobrevivem
deles.
P a r a e n v i a r p e r g u n t a s : gobett@tribunatp.com.br
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