O SUCESSO E A MÁSCARA DE BRUNO
“O
dinheiro e a fama dão o sentimento de expansão na pessoa de um ‘pode tudo’,
que
é profundamente angustiante no ser humano“. (Jorge Forbes)
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Não lidar bem com o sucesso faz emergir o 'mascarado' |
A
mídia tem noticiado com exaustão o caso Bruno sob o prisma dos fatos. Enfocarei
o sucesso de Bruno.
Etimologicamente
sucesso vem de ‘cair’ (sucedere, de ceder); é um acontecimento que cai, o
sujeito cai do grupo a que ele pertence, se destaca. Aquele que se destaca sai
do estático em que o grupo se encontra.
Seu
sucesso profissional, financeiro, notoriedade, etc., ocorreu cedo. Quando ele é
gradativo é decorrência de méritos acumulados. O de Bruno aconteceu
explosivamente.
Jorge
Forbes, renomado psicanalista diz: “Ter sucesso é não poder se reconhecer no
outro. (...) O sucesso precisa ser recebido com maturidade. Caso contrário
acontece o mascarado”.
Foi
o que aconteceu. Casado se permitia outras mulheres, modelos, amigos suspeitos.
É o desenho do mascarado, algo do tipo “eu sou O Cara”.
A
pessoa com sucesso sente dificuldade de se legitimar, e encontra basicamente
duas maneiras de fazer isso: se mascarando ou se responsabilizando por todas
suas ações, sem exceção alguma. No segundo caso a ação é um limite, já que a
responsabilidade a acompanha.
Lidar
com o sucesso implica suportar o risco que ele representa. É preciso
ultrapassar a fase das expectativas do outro, base das máscaras. O mascarado
sempre depende da aprovação do outro.
P a r a e n v i a r p e r g u n t a s : gobett@tribunatp.com.br