segunda-feira, 26 de setembro de 2011

[Extra] O Mito no Homem - Rock in Rio (I)

O Mito no Homem (I)

É inacreditável a força dos mitos. Celebridades têm suas vidas dissecadas pela mídia, o menor fato que lhes acontecem é supervalorizado como manchete muitas vezes de forma sensacionalista. Isso em troca de audiência que se reverte em capital.
Na madrugada de domingo (25) o site uol publicou “Baterista do Red Hot Chili Peppers se fere no lábio enquanto se apresentava com a banda”. Imediatamente fui ver a notícia e vi três fotos, a maior com sangue escorrendo em seu lábio inferior. Não era nada demais, mas imediatamente refleti sobre o assunto.
Com tanta violência cotidiana, pessoas assassinadas inocentemente, morrendo de fome e frio, a notícia me fez lembrar José Serra que em plena campanha eleitoral uma bolinha de papel o colocou no foco das atenções. Hospital, tomografia, urgência, e foi parar nos trending topics do twitter. E como a mídia explorou o assunto! Celebridades são mitos, seres imaginados num lugar onde não se imagina que humanos possam estar, inatingíveis.
O sensacionalismo é sobre a desgraça, a tragédia. A própria notícia termina com “O show não chegou a ser interrompido – e Chad (o baterista) parecia tranqüilo durante o restante da apresentação”. Sou capaz de teorizar que ele sequer sentiu algo durante a apresentação, mas Rock in Rio é o assunto do momento e o músico é internacional, um prato cheio para esse tipo de jornalismo.
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quarta-feira, 7 de setembro de 2011

0098 [Artigo] O Significado do Corpo (I)


O SIGNIFICADO DO CORPO (I)
A mídia associa corpos a produtos

O corpo feminino sempre foi valorizado em nossa cultura, mas nunca tão explorado como objeto de consumo. Valendo-se do apelo sexual, a mídia o associa ao produto anunciado. Para Berenice Bento, doutora em sociologia e pesquisadora da Universidade de Brasília “não há sutileza, as mulheres estão ali para serem consumidas. Os anúncios revelam que a mulher é algo para servir ao homem e mostram como estamos longe de uma sociedade com eqüidade de gêneros”.
Esse tipo de apelo na verdade acompanha uma ideologia que permeia a civilização. Os meninos desde pequenos são valorizados pela sua inteligência: ‘que garoto inteligente’ é comum de se ouvir. As meninas aprendem que é a estética física que conta: ‘que menina linda é você’ seria o correlato. Nessa esteira a mídia vai de carona e reforça essa representação em nosso universo simbólico. 
Porém o Conselho Nacional de Auto-regulamentação Publicitária (Conar) abriu três processos éticos que analisam a campanha de lançamento da cerveja ‘Devassa Bem Loura’ cuja garota propaganda é a Paris Hilton. Uma denúncia de consumidor levou à investigação de 'utilização de apelos à sexualidade e desrespeito moral às mulheres'. O segundo investiga o estimulo do abuso excessivo do álcool, mas o terceiro foi aberto pela Secretaria Nacional dos Direitos da Mulher. O site do produto não deixa dúvidas quanto aos motivos.
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0098 [Perg/Resp] Declarei minha paixão e o perdi de vez


Confessei a paixão e ele ficou com ela
Envolvi-me com um colega de trabalho que namora. Confessei minha paixão e empolgado me pediu paciência para resolver sua situação com a namorada. Só que fez o contrário e, certo de meu sentimento, ficou com ela. Sempre fala dela no trabalho, mas morre de ciúme de mim, embora não admita e até fica áspero, inclusive falei que estou namorando. Estou com depressão e à base de calmantes. Era um ótimo funcionário da empresa e se dizia meu amigo, mas mudou da água para o vinho. Acho que seu interesse era financeiro.

Em matéria de sentimentos fica difícil achar explicações. Uma análise imparcial deve considerar que o ser humano não é por natureza um ser monogâmico. Se assim fosse não seriam necessárias leis que barram a poligamia. Vendo por esse lado nada impede que ele tenha se envolvido e até mesmo desejado dar continuidade, mas outros fatores entraram em questão, e entre dizer e fazer algo há uma enorme distância.
A paixão nos deixa inconseqüentes e só depois vemos as loucuras que fizemos para sorver do momento seu máximo deleite, mas as conseqüências são inevitáveis. Ao se lançar nessa aventura assumiu os riscos, pois desde o início sabia de um compromisso anterior. Embora ele tenha assumido uma decisão, em um momento mais pé no chão sua razão agiu.
O que fica claro é que coloca o problema como externo a si, sem qualquer implicação sua, se vitimizando. O desejo tem um preço a ser pago.
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terça-feira, 6 de setembro de 2011

0097 [Artigo] Sexo no Relacionamento (VII)


O SEXO NO RELACIONAMENTO (VII)

Blogs descrevem intimidades sexuais
Eu já havia encerrado essa série quando um fato se deu: conectado pelo MSN uma amiga (20 anos) entra e observo uma chamada para seu blog ‘a arte do sexo’. Expunha ela, com riqueza de detalhes, fantasias sexuais realizadas envolvendo o namorado e uma amiga. Curioso com um relato que li conversei (teclei) por alguns minutos on-line quando me disse ter descoberto sua atração por mulheres e se apresente a mim como bissexual, embora o namorado aceite.
Paralelamente a isso eu conversava com D., (50 anos) amiga de MSN por muitos anos. Também leu o blog passado por mim e assim como eu se surpreendeu com a naturalidade com que as cenas eram descritas. Então me ocorreu a idéia de colocá-las na mesma sala de MSN para uma conversa em três, mas D. se recusou terminantemente. Temos uma ótima amizade virtual, mas minha proposta foi precisamente provocar no imaginário, a fantasia do encontro entre duas mulheres e um homem pelo MSN para um simples papo. Sem chances! (risos).
Voltando ao blog o que se pensa ser o mais íntimo entre duas pessoas, (no caso eram três), foi exposto. Com a globalização vivemos a sociedade da exposição, obscena. BBB, reality shows, blogs, perfis de sites expõe o íntimo ao público (não só o sexual é íntimo), caracterizando o obsceno. Obscenidade pela etimologia é ver além da cena, e além dela não há o que ser visto, sendo obscena sua exposição.
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quinta-feira, 1 de setembro de 2011

0097 [Perg/Resp] Saí de casa por meu namorado; agora brigamos


Depois de sair de casa por ele brigamos!
Há dois anos e meios eu namorava um negro, mas meu pai não aceitava. Com seu apoio fui morar sozinha, mas ele começou a sair com amigos todo final de semana e esquecia nossos compromissos. Rompi quando uma mensagem comprometedora para uma “amiga” caiu no meu celular. Tentei reatar, mas disse que quer curtir e que está cheio de mim. Saí de casa por ele e ele me deixou. Está impaciente e ignorante comigo. Mas eu o amo muito e construí tudo sozinha na esperança dele voltar. Não estou comendo direito, estou até desmaiando. Ele não me procura, estou ficando louca!
Jéssica.

Ele te procurar só cabe a ele. Enquanto não sentir que lhe perdeu estará com o controle da situação.
Mas quem deixou quem? Em seu relato é você quem rompe por conta da mensagem no celular. De cabeça fria repensou, mas a decisão foi sua assim como suas conseqüências. Mas inverte dizendo que ele a deixou, ainda que sua atitude o tenha favorecido já que se diz ‘cheio de você’.
A decisão de criar seu próprio espaço tem de ser assumida como desejo seu, por mais que a questão racial seja um álibi para escamoteá-lo. Você é parte de sua queixa assim como exclusivamente responsável por sua felicidade. Por mais que queira tomar outra postura, é só se responsabilizando que poderá alcançar sua liberdade interior.
Depositarmos nossa felicidade em alguém é decretarmos uma tragédia, sem saber quando ou como isso ocorrerá.
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