quarta-feira, 30 de março de 2011

0068 [Artigo] Tabaco (XIII) Tromboangeíte Obliterante

Tabaco (XIII) – 
Tromboangeíte Obliterante

Tromboangeíte Obliterante
Também conhecida como doença de Buerger, a tromboangeíte obliterante é uma doença que obstrui os vasos sangüíneos das mãos e pés. Pode provocar sua constrição ou obstrução completa, reduzindo a disponibilidade de sangue nos tecidos, causando dor, lesão ou destruição dos tecidos até chegar a infecções e gangrena.
Afeta seis em cada 10.000 pessoas, quase sempre homens na faixa de 20/40 anos, todos com histórico de tabagismo.
O Dr. Dráuzio Varella alerta que é uma doença exclusiva de fumantes. “O doente perde os dedos do pé, a perna, o pé, uma coxa, depois a outra, e fica ali na cama, aquele toco de gente, pedindo um cigarrinho pelo amor de Deus.”
Explica ainda que mais de 95% dos usuários de nicotina começam a fumar antes dos 25 anos, a idade mais vulnerável às adições, e que a imensa maioria será um consumidor compulsivo de um maço por dia para o resto de sua vida. “Atrás desse lucro cativo, os fabricantes de cigarro investem fortunas na promoção do fumo para os jovens: imagens de homens de sucesso, mulheres maravilhosas, esportes radicais e a ânsia de liberdade”.
Para ele o fumo é o mais grave problema de saúde pública no Brasil, se posicionando terminantemente contra as propagandas de cigarro tal como se faz com crack, heroína, maconha, entre outras drogas ilícitas.


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terça-feira, 29 de março de 2011

0068 [Perg/Resp] Sem ela minha realidade está distorcida!


A vida perdeu sentido s/ ela!
Venho a dois anos enfrentando problemas sérios: parente que ficou preso, minha mãe com dificuldades financeiras acabou envolvida com essa vida dele, o risco de morte por ficar sujeito a tudo isso. Tive uma crise com a sensação total de morte! O coração disparou, faltou ar e senti muito frio. As três vezes ocorreram ao lado da minha namorada. Já estávamos noivos quando descobri que ela era algo muito diferente do que imaginava. A frustração e o sentimento de perda são enormes. Meu peso e minha auto-estima foram lá embaixo. A vida perdeu seu sentido, nada mais tem graça. Só quero dormir e nem me alimentando bem estou. Já faz três meses, mas penso nela o tempo todo.
Aldir, 19, RJ.

Claro que a maioria dos problemas que descreve afeta nossas emoções de forma avassaladora, mas o foco central de sua queixa reside na questão com sua noiva. Você fez dela seu pilar para enfrentar tudo o que descreveu. Ela estava presente nas situações em que suas crises foram disparadas, o que reforça a hipótese do ‘sentido de sua vida’.
Nossa felicidade é intransferível e de total e exclusiva responsabilidade nossa. Se depositarmos em uma pessoa ou em algo externo a nós tal responsabilidade, o trágico é inevitável, e ainda culpabilizamos esse elemento externo. Não é de estranhar que sua auto-estima e todo o resto estejam sofrendo com isso. Se você centra sua vida fora de si, a qualquer momento perceberá que está fora de si mesmo!

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0067 [Artigo] Tabaco (XII) Outros Especialistas - 2


Tabaco (XII) – Outros Especialistas (2)

Para a Dra. Silvia Cury Ismael (psicóloga, chefe do serviço de psicologia e coordenadora dos programas de combate ao fumo do Hospital do Coração de SP), “o fumo, juntamente à bebida, é o vício mais difícil de largar. (o fumo) é mais grave porque, ao contrário do álcool, não gera um comportamento social inconveniente, o que reforça sua aceitação.
A psicóloga chefe do ambulatório e membro do programa multiprofissional de tabagismo do Incor do HC de SP, Dra. Glória Heloíse Peres, diz que “ainda que em pequena escala, a nicotina aumenta a concentração, reduz a ansiedade e atua como antidepressivo, o que explica a dependência química dos fumantes em relação ao cigarro.”
A voz de especialistas
E ainda o Dr. Dráuzio Varella: “Em 30 anos de profissão, assisti às mais humilhantes demonstrações do domínio que a nicotina exerce sobre o usuário. O doente tem um infarto do miocárdio, passa três dias na UTI entre a vida e a morte e não pára de fumar, (...). Sofre um derrame cerebral, sai pela rua de bengala arrastando a perna paralisada, mas com o cigarro na boca. Na vizinhança do Hospital do Câncer, cansei de ver doentes que perderam a laringe por câncer levantarem a toalhinha que cobre o orifício respiratório aberto no pescoço, aspirarem e soltarem a fumaça por ali”.
Mais que um problema individual o tabagismo é um problema de saúde pública.


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0067 [Perg/Resp] Isso é Tristeza ou Depressão?

Sou muito fechada ao me relacionar com as pessoas, ainda não consegui mudar isso. Desde a adolescência tenho períodos longos (às vezes meses) de uma tristeza, melancolia, mas nunca achei que fosse depressão. Uma colega disse que sim. A médica me encaminhou a um psicólogo, mas com três filhos doentes e outros problemas não fui. Hoje estou sentindo novamente a chegada da tristeza, mas meus filhos e meu marido acham que é falta do que fazer e não queria que a melancolia voltasse justo agora. Não sei se é realmente depressão. Queria me segurar por mais algum tempo. 
Telma, 35, SP

Tristeza ou depressão?
Primeiramente é necessário que confirme a suspeita de sua amiga. A médica disse que se tratava de depressão? Considerando que sim, a depressão receberá tratamentos distintos dos profissionais.  Para médico é doença, para o psicólogo é sintoma, o que faz toda diferença nos prognósticos. Médicos costumam prescrever antidepressivos (fluoxetina é o princípio ativo mais comum) para a ‘tristeza’. Coloco entre aspas, pois essa tristeza parece ser algo que transcende esse sentimento. O estado depressivo vai muito além disso. 
 Na visão psicológica as causas estão em outro lugar ainda desconhecido, motivo pelo qual sua médica fez o encaminhamento. No entanto, sob as alegações colocadas deixou sua saúde para depois. Sem boas condições de saúde como cuidar de outros? Além do problema que agora se agravou, sua família ainda não ajuda. Será que antes de tudo não precisaria priorizar a si mesma?

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quarta-feira, 16 de março de 2011

0066 [Artigo] Tabaco (XI) Outros Especialistas - 1


Tabaco (XI) – Outros Especialistas (1)

Dr. Içami Tiba - Psiquiatra
Nas últimas duas edições citamos trechos de depoimento pessoal do Dr. Dráuzio Varella, renomado cancerologista brasileiro. Agora damos espaço a outros especialistas.
Para o Dr. Içami Tiba, “até agora, o alerta das campanhas antifumo não surtiu o efeito desejado entre a juventude - passou batido, longe da garotada. Já a mídia tabagista atua com grande eficácia junto a esse público, apresentando o cigarro como sinônimo de conquista, independência e prazer. E o apelo vai além do produto: está no modo de acender, de segurar, de tragar o cigarro. Um garoto de periferia, mal vestido, pobre, sem nenhum glamour se sente o cara com um cigarro entre os dedos. É como se dissesse: ‘Olha tudo que eu sou!’ Ele não está nem aí para o outro lado da história.”
Segundo a psicóloga e coordenadora do ambulatório de álcool e droga da Uniad/Unifesp, Neliana Buzi Figlie, “uma das razões por que o jovem não pensa em parar de fumar é que o cigarro não traz prejuízos de saúde, sociais ou financeiros imediatos. Os sintomas negativos só aparecem na meia-idade, quando a pessoa já se tornou um fumante inveterado. (...) Parar de fumar não é difícil - difícil é manter a abstinência.”
Na próxima edição encerraremos o tema Tabaco com mais algumas citações e informações.

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0066 [Perg/Resp] Sou cleptomaníaco e estou desempregado

Não consigo parar de roubar lojas!
Estou a ponto de enlouquecer. Não consigo emprego algum! Preciso de ajuda psiquiátrica, não consigo parar de roubar lojas. Saio cheio de coisas do Shopping (bolsas, roupas, cadernos, webcam, pendrives, maquiagem que dou às amigas e digo que foi brinde, hidratantes, remédios, brinquedos), enfim, tudo!
Parece coisa de ladrão, mas não consigo parar! Começou na infância. Mas meu desespero é por não arrumar trabalho. Sou técnico eletrônico, falo inglês e estou desesperado.
José.

Interessante notar como introduz sua queixa focando-se no desemprego, mas desenvolve outra questão, essa diretamente relacionada à saúde mental. Não é difícil inferir a hipótese de cleptomania, mas é necessário checá-la com um médico psiquiatra. Não se sentir um ladrão é coerente com a hipótese; Não importa o objeto roubado, o que parece estar em questão é ser premiado com o objeto do roubo ao burlar a norma. Viver sob o risco sem ter de arcar com a responsabilidade do ato. É a aventura que isso proporciona que leva à cleptomania, e não é, como se pode pensar, algo da ordem da malandragem. É doença mesmo!
Estar desempregado obviamente que causa transtornos, mas esse não é o motivo de sua pergunta. A angústia que advém dessa situação colocada é que lhe coloca uma questão: quem é o José? Estamos acostumados a crer que sabemos de nós. Situações específicas na vida nos indicam nada sabermos na essência.

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0065 [Artigo] Tabaco (X) - Dráuzio Varella - 2


Tabaco (X) – Dráuzio Varella – 2
Depoimento de um ex-fumante
Na edição passada publicamos algumas citações do Dr. Dráuzio Varella. Seguem-se mais essas, parte de seu artigo ‘Droga Pesada’: 
“A nicotina (...) é absorvida rapidamente nos pulmões, vai para o coração e, através do sangue arterial, se espalha pelo corpo todo e atinge o cérebro. No sistema nervoso central, age em receptores ligados às sensações de prazer. (...) De todas as drogas conhecidas é a que mais dependência química provoca. Vicia mais do que álcool, cocaína, morfina e crack. E vicia depressa: de cada dez adolescentes que experimentam o cigarro quatro vezes, seis se tornam dependentes para o resto da vida.”
“A crise de abstinência é insuportável (...) com quadro de ansiedade crescente, que só passa com uma tragada. (...) Enquanto as demais drogas dão trégua de dias, ou pelo menos de muitas horas, ao usuário, as crises de abstinência da nicotina se sucedem em intervalos de minutos. Para evitá-las, o fumante precisa ter o maço ao alcance da mão; sem ele, parece que está faltando uma parte do corpo. Como o álcool dissolve a nicotina e favorece sua excreção por aumentar a diurese, quando o fumante bebe as crises de abstinência se repetem em intervalos tão curtos que ele mal acaba de fumar um, já acende outro."


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terça-feira, 15 de março de 2011

0065 [Perg/Resp] Ele é ex-namorado, ficante ou nada?

Meu ex-namorado fez aniversário e me pediu pra passar na casa dele, pois queria me ver. Eu ainda levei um presente caro. Ele foi carinhoso, a gente ficou e tal, mas depois praticamente me expulsou de lá e disse que ia sair a noite com a família. No dia seguinte um amigo nosso disse que o viu num bar com a turminha que ele sempre sai mais a menina que ele tinha ficado antes!
Mandei um torpedo para ele entrar no MSN, mas não entrou. Estava disposta a terminar tudo (nem sei o quê, já está tudo terminado), talvez com esse rolo, pois não quero ficar me enganando. Estou decepcionada com os homens. 
Ana, 21.

Você mesma percebeu: terminar o quê, se já está tudo terminado? Esse rolo ao qual se refere é um rolo mais seu que de ambos. Obviamente que convidá-la para o aniversário dele poderia ser um gesto de carinho e amor por você, mas não tanto como namorado, porém se ao chegar lá vocês ‘ficaram’ como relatou então ele ainda não se resolveu nessa questão também, mas está nitidamente mais desvinculado de você que você dele.
Parece que nem mesmo você sabe o que acontece entre vocês. Chamou-o de ex-namorado, depois ‘ficou’ e por fim deseja terminar algo já terminado. Até uma nova pessoa já apareceu entre vocês. O que não pode nem deve fazer consigo mesma é generalizar todos os homens a partir dessa decepção. Vitimiza-se e impede-se viver novas experiências. Dê um tempo a você e recomece.

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0064 [Artigo] Tabaco (IX) - Dráuzio Varella (depoimentos)


Tabaco (IX) – Dráuzio Varella

O Dr. Dráuzio Varella faz seu depoimento no artigo “Droga Pesada”:

Depoimentos de um ex-fumante
“Fui dependente de nicotina durante 20 anos. (...) Era início dos anos 60 (...). As meninas começavam a fumar em público, de minissaia, com as bocas pintadas assoprando a fumaça para o alto. O jovem que não fumasse estava por fora. (...) Um dia, na porta do colégio, um amigo me ensinou a tragar. (...) Caí na mão do fornecedor por duas décadas; vinte cigarros por dia, às vezes mais.
Fiz o curso de medicina fumando. (...) a indústria tinha equipes de médicos encarregados de contestar sistematicamente qualquer pesquisa.
Nos anos 70 fui trabalhar no Hospital do Câncer de São Paulo. Nesse tempo já se sabia até que, de cada três casos de câncer, pelo menos um era provocado pelo cigarro. Apesar disso e da convivência diária com os doentes, continuei fumando.
Na irresponsabilidade que a dependência química traz, fumei na frente dos doentes a quem recomendava abandonar o cigarro (...) em ambientes fechados diante de pessoas de idade, mulheres grávidas e crianças pequenas. Como professor de cursinho durante quase 20 anos, fumei nas salas de aula, induzindo muitos jovens a adquirir o vício. Quando me perguntavam: "Mas você é cancerologista e fuma?", eu ficava sem graça e dizia que ia parar. Só que esse dia nunca chegava. A droga quebra o caráter do dependente.

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0064 [Perg/Resp] Sou gay e sofro com o preconceito das pessoas

todos me olham por ser gay
Sofro muito por ser homossexual, acho que minha família desconfia. Sinto o preconceito por onde vou. As pessoas fazem piadinhas ou cochicham quando eu passo. Sinto que estão falando, rindo ou me julgando e nem sempre estão; basta que olhem na minha direção enquanto conversam. Até o medo de dirigir superei para não ser visto caminhando nas ruas. Fico o dia inteiro trancado em casa, inclusive finais de semana, com medo de sair. Choro quase todos os dias e atualmente só penso que o suicídio seja uma boa, pois não agüento mais viver assim, mesmo com minha mãe dependendo de mim. Tenho vontade de sumir para nunca mais ser visto!
Mauro, 25.

Você mesmo já se deu conta que muitas vezes sua percepção sofre distorções significativas quando imagina estarem falando a respeito de sua homossexualidade, e essa distorção se fundamenta nos valores morais da cultura sobre a questão homossexual já simbolizada por você. Com isso desenvolveu defesas em seu ego. Mas defesa supõe um ataque. De quem para quem seria ele, já que o formula em sua imaginação, muitas vezes inexistente no mundo real?
Nossa sociedade ocidental promove a homossexualidade como marginal à cultura. Dentro desse contexto não me surpreende o sentimento de exclusão vivido, mas chama a atenção os pensamentos suicidas como sendo ‘a solução’. Procure ajuda profissional. Há a possibilidade de ser um caso de auto referência.

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domingo, 13 de março de 2011

0063 [Artigo] Tabaco (VIII) Síndrome de Abstinência


Tabaco (VIII) – Síndrome de Abstinência

Ei, vc aí, dá um cigarrinho ai!
Como é característica de qualquer droga, a síndrome de abstinência surge com sua remoção, após a pessoa se tornar dependente. Na abstinência do tabaco surgem: 
a) ansiedade; 
b) irritabilidade;
c) agitação;
d) sudorese;
e) tosse;
f) apetite por doces;
g) alterações no sono;
h) redução do ritmo cardíaco;
i) redução da pressão arterial;
j) alteração na concentração;
k) tontura;
l) dor de cabeça.
Durante a abstinência surge um desejo incontrolável de fumar. O acesso fácil e o estímulo da mídia fazem da nicotina a droga de mais fácil recaída. A síndrome dura de duas a quatro semanas, e os sintomas começam a surgir 8 horas após o último cigarro. Seu auge ocorre por volta do terceiro dia.
Dos dependentes do tabaco, 70% querem deixar, mas somente 5% o fazem por si próprio. Antes de abandonarem definitivamente ocorre de cinco a sete tentativas de interrupção, e suas recaídas ou dificuldades em se manterem sem uso durante o período da síndrome.
Os tabagistas que reduzem para 50% de seu uso já apresentam sintomas da síndrome que persistem por meses. 75% dos dependentes recairão num prazo de até cinco anos. 60% dos que fumarem por mais de um mês e meio fumarão por mais 30 anos de suas vidas, mesmo tentando se livrar do vício.
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0063 [Perg/Resp] Numa fase complicada, meu pai não quer se tratar!

Estou atravessando uma fase complicada na minha vida. Meu pai se recusa a tratar um sério problema de saúde. Pelo que ouvi minha mãe conversar com ele e pelos exames que ele já fez pode ser tuberculose ou câncer no pulmão Não fez todos os exames ainda, mas já se sabe que ou é um ou é outro. Estou arrasada, sem chão!
Paula, 22

Uma notícia assim sempre pega a todos de surpresa. Após o choque vem o desespero natural. Porém como seu pai se recusa a entrar em tratamento, o que se torna prioritário é saber lidar com sua própria angústia. Casos como o de seu pai são mais que problemas de saúde. São situações que nos colocam de frente com a eminência da morte. De imediato sua angústia fica no mínimo dobrada: pela gravidade da doença e por se defrontar com a morte, o fim, do ponto de vista físico, sendo ele seu pai. É natural que esteja sem chão. Mas você tem de se permitir seus sentimentos. Não pode negar nada que esteja bem fundamentado.
Ele tomou a decisão de não ser ajudado! Mas cuidado: você deduziu algo a partir do que pode ouvir de uma conversa entre sua mãe e ele, mas já conversou diretamente com ela? O que ela lhe disse? Até onde essa é a verdade toda? Temos a mania de anteciparmos os problemas. Isso aumenta nosso sofrimento, pois potencializa nossa dor, sem considerarmos que muitas vezes a solução é encontrada e o sofrimento é em vão.

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quarta-feira, 2 de março de 2011

0062 [Artigo] Tabaco (VII) - Cigarro Mata Mesmo?


Tabaco (VII) – Cigarro Mata Mesmo?

É comum se ouvir tabagistas em rodinhas sociais fundamentando uma defesa contra os efeitos nocivos do tabaco com exemplos de fumantes inveterados que tiveram muito tempo de vida e cuja causa mortis não decorreu, ao menos diretamente, do tabaco. Pura falácia para justificar seu ato. Quando o tabaco não mata, ele debilita todo o organismo deixando o fumante mais vulnerável aos problemas de saúde.
Mata 10% das pessoas no mundo
Há pelo menos 13 tipos diferentes de câncer: na língua, bexiga, laringe, faringe, cervical, boca, mama esôfago, colo do útero, estômago, intestino, pâncreas e pulmão. Outros tipos de doenças são comuns: Infecções respiratórias, úlcera do aparelho digestivo, aneurisma arterial, trombose vascular, bronquite, impotência e enfisema pulmonar.
O cigarro não só mata, mas mata muito! Morrem 5 milhões de pessoas por ano em todo planeta. Isso corresponde a 80.000 brasileiros por ano, 10 brasileiros/hora. Mata mais que a soma de mortes por AIDS, álcool, acidentes de trânsito, suicídio, incêndio, assassinato e drogas ilícitas. É responsável direto por 25% das doenças coronárias e cérebro vasculares. 90% de câncer no pulmão são causados pelo seu uso. E mesmo com todos os dados alarmantes, há no Brasil 56 milhões de fumantes.

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0062 [Perg/Resp] Não consigo mais dormir sozinha

Não consigo + dormir sozinha
Depois sete anos de convívio, há seis meses me casei, mas há dois meses me separei. Com 19 anos trabalhei longe de casa. No começo foi bom. Na hora do almoço me deu uma coisa no peito e tive que ligar para casa para falar com alguém. No outro emprego a mesma coisa. Senti-me mal, chorava e só queria sair dali. Nos três dias que fiquei eu chorava e sentia algo ruim dentro de mim. Agora eu estava trabalhando com meu pai e senti tudo de novo.
Preciso trabalhar e agora vou ter que morar sozinha, pois meus pais vão se mudar e não querem que eu volte a morar com eles, mas não consigo dormir sozinha. Na separação eu tomava remédios para dormir. É só lembrar que vou ficar sozinha que entro em desespero. Isso é psicológico? Tem tratamento?
Cleci, 21.

Não há dúvidas que há a parte psicológica, porém há mais em sua queixa. É necessário um trabalho multidisciplinar que envolva o aspecto médico e o psicanalítico. Não adianta tratar um e esquecer o outro. Um psiquiatra, de posse do diagnóstico médico, poderá intervir inclusive com medicamentos se for o caso. A prescrição é prática exclusiva dos médicos. Simultaneamente o psicanalista poderá lhe oferecer uma escuta diferenciada onde sua singularidade e subjetividade se produzirão pela linguagem. Por essa via é possível atuar sobre sua vida mental, mas os efeitos esperados só surgem se estiver implicada em seu desejo, e isso o processo analítico revelará.

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0061 [Artigo] Tabaco (VI) - Nicotina x Enfarte

Tabaco (VI) – Nicotina x Enfarte

O tabaco é uma das drogas que mais mata no mundo. Porém como seus efeitos só surgem em longo prazo, o fumante não se preocupa com aquele cigarrinho e não pensa em seus efeitos adiante. E na verdade o mal que o cigarro causa acaba sendo bem pequeno perto do prejuízo psicológico que qualquer usuário de droga lícita ou ilícita sofre, pois se torna um prisioneiro das emoções que a droga proporciona.
A relação que há entre a nicotina e o enfarte é algo alarmante. Quando comparado com não fumantes, os fumantes têm o risco de morte por enfarte até seis vezes superior a não fumantes. Pessoas obesas têm o risco de enfarte aumentado acima de quatro vezes; hipertensos apresentam risco maior que três vezes quase empatando com pessoas de colesterol LDL maior ou igual a 100 mg/dl; diabéticos apresentam o risco de enfarto duas vezes e meia superior aos não fumantes também quase empatado com problemas cardíacos na família.
Esses dados servem para mostrar quanto o cigarro aumenta o risco de enfarto. Em geral, fumantes consomem álcool fermentado (cerveja) o que é um diurético, provocando a eliminação da nicotina. Com a eliminação da nicotina pela urina o organismo reage necessitando consumir mais nicotina para repor a perda causada, o que leva o tabagista a fumar mais quando está no consumo do álcool.

O gráfico mostra quantas vezes o risco de enfarto aumenta quando associado aos quadros: 

LEGENDA:
Vermelho: Cigarro (quase 6x)
Azul: Obesidade abdominal
Amarelo: Pressão alta
Lilás: Colesterol LDL maior ou = 100 mg/dl
Verde: Diabetes
Branco: Doença cardíaca na família
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0061 [Perg/Resp] Não posso festejar minhas vitórias!


Tudo de uma vez só!
Sempre tive sérios problemas de saúde, e ano passado quase morri. Perdi emprego, deixei de estudar, três cirurgias, etc. Pedi a Deus que 2009 eu pudesse mudar minha vida. Recebi a maior noticia da minha vida: passei no vestibular de uma Federal em excelente colocação, mas minha irmã não passou e mesmo já cursando uma faculdade ficou tão decepcionada que chorou como nunca. Quero gritar e explodir de felicidade, mas a casa está parecendo um velório. Eu só queria expressar minha alegria depois de um ano muito difícil. Como contornar? 
Taís, 20



É curioso seus parentes próximos não aparecerem nos momentos de suas vitórias e conquistas no seu relato, especificamente sua irmã. Isso chama a atenção não por um suposto desprezo deles; parece favorecer a uma vitimização sua. Certamente eles festejaram, mas a análise da questão no seu todo, além de sua irmã não estar enfrentando seus problemas de saúde ela já cursa a faculdade. Fica a mim muito claro que o sentimento de inveja despertado nela superou o da alegria em ver a irmã lutando e vencendo etapas e obstáculos da vida.
Enquanto você enfrentou suas dificuldades ela deixou de viver alegrias e tristezas dela? Ela parou a vida por sua causa? E isso representa algum sinal de falta de amor dela? Se você está tolhida de festejar sua vitória em sua casa, o caminho é festejar fora de casa.

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