sexta-feira, 29 de abril de 2011

0079 [Artigo] A Criança e o Adolescente (II)

A CRIANÇA E O ADOLESCENTE (II)

Aos 7 anos a criança entra no período de latência
À luz da psicanálise, entre os sete e 12 anos aproximadamente o interesse pela própria sexualidade dá lugar ao período de latência para retornar com força na adolescência. O pré-adolescente começa a demonstrar interesses pelo próprio corpo, pelo sexo oposto, etc., típicos dessa fase. A descoberta do componente reprodutivo define, em certos aspectos, uma divisão entre a fase infantil e a adolescente. O adolescente se sente útil para a espécie, contribui com sua preservação. Disto decorre sua busca em tornar-se adulto para se identificar também em outras esferas da vida.
Falar em reprodução é falar de puberdade e o grande perigo é se esquecer de amadurecer psicologicamente, viver a adolescência. Valendo-se do seu corpo reprodutor, ou mesmo desconhecendo os mistérios que habitam nele, o casal de menores já se vê com um bebê no colo. Erroneamente rotulamos o adolescente de ‘precoce’ quando ocorrem pulos de etapas no desenvolvimento psicológico. Precocidade é agir com maturidade além da faixa etária em que se encontra. As conseqüências são trágicas. Isso não é precocidade, mas um ato próprio do adulto vivido inconseqüentemente pelo adolescente.
Finalizando, é necessário se repensar o papel da família no contexto do mundo global. Pais perdidos na educação dos filhos num cenário onde ideais de vida sucumbiram, com o pacto social infringido sem grandes conseqüências.
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0079 [Perg/Resp] Porque as mulheres sofrem por amor?


Mulheres sofrem por amor!
Porque as mulheres sofrem por amor? 
Beatriz, 18, estudante.
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Sua pergunta sugere que homens não sofrem por amor. Quando amamos fazemos coisas pelo outro que não fazemos por mais ninguém, o que gera expectativas nem sempre correspondidas. Mesmo que digamos ‘gosto disto e não daquilo’ gestos, falas, opiniões nos causarão a sensação de desamor. Bom lembrar que ele também pode estar vivendo coisas semelhantes. 
Os homens são educados a serem durões, não chorarem para não terem sua masculinidade ameaçada e nisso as mulheres levam larga vantagem, aprendem a lidar melhor com sentimentos.
Nas coisas do coração a cabeça não manda. Se ele te ama é hora de uma conversa. É possível que uma pessoa mesmo sabendo não ser correspondida continue a amar a outra. Mas é isso muito individual. 
O que você realmente sente por ele? E ele por você? Baseada nessa resposta deve decidir o que fazer. Não fica claro se ele é um amigo, ficante, namorado ou noivo, nem o suposto motivo do sofrimento. 
Amor e ódio são sentimentos inatos do homem, duas faces da mesma moeda. O amor não correspondido facilmente se transforma em ódio àqueles que na verdade amamos, assim como deixarmos de cuidá-lo com a mesma devoção e afeto de antes, quando as diferenças não haviam surgido ainda. 
Sofremos por não sabemos como lidar com nossas frustrações. Duas pessoas, duas educações, duas cabeças. Nenhuma certa ou errada, apenas diferentes.
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0078 [Artigo] A Crianças e o Adolescente (I)

A CRIANÇA E O ADOLESCENTE (I)

Definir a criança ou o adolescente não é tão simples quanto parece. O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) no seu artigo 2º considera “criança a pessoa até 12 anos de idade incompletos e adolescente aquela entre 12 e 18 anos de idade”. A psicanálise divide a infância em três etapas: 1a, 2a e 3a infâncias sendo que a entrada na adolescência se sucede à 3a infância.
É um momento subjetivo de perdas e aquisições biopsicossociais (mudanças no corpo, mente, sexualidade e função reprodutora). A exploração do corpo nessa nova fase tem como eixo a própria sexualidade. Perde-se o corpo infantil para adquirir um corpo adolescente, preparando-o para a vida adulta. O mesmo ocorre com os processos psíquicos que se refletem numa mudança geral de comportamentos, voltando-se para assuntos mais ligados à atividade adulta. Trocam-se os programas infantis de TV por programas como a paquera e passeios aos shoppings. O adolescente se caracteriza pela busca de seu próprio espaço na sociedade e essa é uma das maiores marcas dessa fase.
Embora muito aborrecedor para o adulto, o confronto com a geração precedente é inevitável na formação de sua identidade sexual, identidade esta que forma a personalidade adulta. É necessário se fazer a distinção entre adolescência (processo psicossocial ligado à sexualidade) e puberdade (processo biológico preparatório para a reprodução).
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0078 [Perg/Resp] A ex-mulher dele o quer de volta


"Estou em sentindo uma pedra no caminho"
Há três meses conheci um cara de 23 anos. Ele está separado e tem uma filha, mas depois de um tempo nos apaixonamos. Agora a ex-mulher está querendo uma nova chance e ele ficou balançado, embora diga que me ama mais. Estou me sentindo uma pedra no caminho dele, mas o amo demais e receio que ela o reconquiste com cenas de choro e tristeza e por dó ele volte. Não sei se saio da vida dele de vez ou se espero se decidir.
Talita, 18.

Se ele está balançado com o reaparecimento dela, então isso não ficou bem resolvido e qualquer decisão é exclusivamente dele. Óbvio que se você o ama deve expor isso em uma conversa e equacionar a questão.
Mas nenhum esforço seu pode mudar os sentimentos em jogo. Se ele se decidir por você então deve resolver essa pendência e nisso lhe cabe ser parceira, compreensiva em possíveis conflitos que surgirão e se refletirão nesse relacionamento. Mas se ele decidir por ela não há o que você possa fazer exceto chantagens como supôs da parte dela fazendo-o sentir culpa ou dó para que decida contra o próprio desejo, mas em geral isso não se sustenta por muito tempo e acaba sendo pior pelo possível sofrimento que lhe cause.
Chama-me a atenção você se sentir ‘uma pedra no caminho’ pensando até em sair da vida dele. Parece o reflexo sua auto-estima e complexos mal resolvidos originados na formação de sua personalidade. Mas essa é uma responsabilidade sua.
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quinta-feira, 28 de abril de 2011

0077 [Artigo] TOC (IX) Contar, Repetir


TOC (IX) – Contar, Repetir

Hábitos obsessivos dominam no TOC
É comum contarmos objetos, pessoas e outras coisas quando estamos ociosos aguardando numa fila, ou na sala de espera do médico. Contamos o número de pessoas ou livros na estante. Mas a qualquer momento interrompemos a contagem sem aflição. No TOC isso não ocorre sem incômodos. Há sempre um pensamento fantasioso, mágico que leva a pessoa a crer que se não fizer tais contagens no número pré-determinado, alguma tragédia ocorrerá. A contagem funciona como defesa a essas tragédias, e se no meio dela houver alguma confusão há a necessidade de recomeçar tudo do zero. Esses rituais têm de ser seguidos rigorosamente para que a aflição seja dissipada da mente do sujeito, muitas vezes tomando um tempo enorme e provocando atrasos em compromissos assumidos, ao sair de casa ou do trabalho, basicamente.
É muito comum a contagem de janelas dos edifícios, repetir um número exato de rezas antes de deitar, lavar cada lado do corpo ou escovar os dentes três vezes, somar os números nas placas dos carros (podendo até tirar o noves fora), ler ou reler o mesmo parágrafo, por e tirar uma peça de roupa, ascender e apagar a luz, sentar e levantar da cadeira, etc.
Isso nos dá uma noção de quanto o portador de TOC é prisioneiro desses medos e rituais que os alivia.
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0077 [Perg/Resp] Bipolar apaixonada e mal resolvida


Na primeira crise bipolar (2006) apaixonei-me, ele foi muito importante para mim, mas nunca namoramos. Durante as crises ele se irritava. Ao mesmo tempo em que se mostrava interessado saía fora e brigamos muito. Fiquei com um amigo dele em seu aniversário e ele bateu no amigo. No dia seguinte contou isso para toda a sala. De volta do Canadá deixou claro que não gostava mais de mim e desencanei. Numa chopada nos vimos, mas fiquei com outro cara e ele com outra na minha frente! Agora entrou no meu Orkut, adicionou uma menina só para me provocar e não fiz nada. Em outra chopada, não o reconhecendo me aproximei, mas me olhou com desprezo. Mesmo assim gosto dele, pois foi legal comigo num momento crítico.
Miriam, 21.

Ele foi atencioso na minha crise bipolar e me apaixonei!
Não estaria essa paixão associada à primeira crise? Em meio à confusão típica da bipolaridade pode ter confundido sentimentos que ele supriu. Mas a história se arrastou. É intrigante o fato de ficar com o amigo dele, na festa de seu aniversário! Está bem claro que provocou situações para ele reagir, mesmo que lhe custasse altos preços. Ele viaja para o exterior, e você o aguardo. Na chopada e se repete a cena do aniversário. Acho até esperado que ele lhe dê o troco na mesma moeda. Tudo isso pode ter alimentado um sentimento negativo dele por você.
Quem foi favorecida no momento crítico? A mim fica a impressão que ele nunca confundiu os sentimentos, mesmo com relativo interesse. Já você...
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quarta-feira, 27 de abril de 2011

0076 [Artigo] TOC (VIII) Superstições

TOC (VIII) – Superstições

As superstições fazem parte da civilização humana. Gato preto, passar debaixo de escadas, três toques na madeira são corriqueiros em nossa vida. A distinção entre essas superstições e as que surgem no TOC é a intensidade da crença nelas, sua interferência no cotidiano, e o nível de aflição que causam se contrariadas.
No TOC as superstições são associadas a pensamentos negativos (azares, doenças, morte), e sua evitação é sempre promovida pelo sujeito. Dias que contém os números 3, 7, ou ímpares podem conduzir a comportamentos de evitação que levam o sujeito a nem mesmo sair de casa, ou quando muito sair com enorme aflição. Há também a necessidade de se interromper alguma atividade quando os ponteiros do relógio ultrapassam o número 6, indicativo de que alguma desgraça está prestes a ocorrer. Essas são as denominadas superstições de conteúdo mágico, e são características no TOC.

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0076 [Perg/Resp] Estou grávida e apaixonada, mas ele não


Ele me trata mal, mesmo grávida!
Engravidei e fomos morar na minha sogra, mas de repente ele começou a me tratar mal, sem vontade de me beijar. Após discussão insisti que ficasse comigo, mas quase sempre estamos mal. Apesar de ele ter aceitado minha proposta para mudarmos, quando achei uma casa disse que não sairia dali. Pedi desculpas, mas ficou vendo TV. Irritada catei meu filho e minhas coisas quando tentou me impedir de sair, mas minha mãe chegou para me pegar e ele me insultou. Minha sogra disse que ele chorou a noite toda, mas quando chegou me perguntou das minhas coisas e como ficaria nosso filho. Nas brigas dizia que não me amava mais, mas depois se arrependia e dizia que eu era tudo pra ele. Não sei o que fazer se eu o vir com outra pessoa.
Íris, 17. 

Suas tentativas de salvar esse casamento (?) não tem grandes chances de sucesso com uma auto-estima baixa. Não sei se medo, carência, insegurança em ser mãe tão jovem, se sujeita às mazelas dele sem se preservar. A própria gravidez inesperada indica, em certo aspecto, uma imaturidade.
A seqüência dos fatos que descreve assim como os desdobramentos ocorridos aponta para a não aceitação de que seu marido talvez nunca tenha desejado um envolvimento nesse nível. A ausência de desejo dele está patente, mas seus sentimentos a cegam. A gravidez coloca os dois diante de um compromisso com a criança, não de um com o outro. No meio dos sentimentos se confundem.

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0075 [Artigo] TOC (VII) Pensamentos Impróprios 2


TOC (VII) – Pensamentos Impróprios – 2

A obsessão domina o pensamento
Pensamentos relacionados ao sexo ou de conteúdo religioso são muito comuns no TOC. Os mais comuns sobre sexo:
Fixar os olhos nos genitais do outro;
Molestar crianças sexualmente;
Arrancar a roupa de outra pessoa;
Ter relação sexual de caráter incestuoso;
Violentar sexualmente as pessoas;
Praticar sexo violento ou perverso (animais)
Fantasias sexuais é parte da vida humana, e são fonte de prazer. Para o TOC, elas vêm acompanhadas de muita angústia, o que dá a esses pensamentos o caráter de impróprios, povoando a mente da pessoa. Os rituais são uma decorrência desses pensamentos obsessivos, como forma de diminuir o nível de angústia.
Pensamentos de conteúdo considerado blasfemos mais comuns:
Cenas repetitivas de sexo com a Virgem Maria ou com os santos/as.
De conteúdo sexual com Jesus Cristo na cruz;
Pensar no demônio ou em “entidades” ou divindades de outras religiões;
Dizer obscenidades ou blasfêmias quando todos estão em silêncio ou na missa.
Os pensamentos de conteúdo religioso surgem com mais freqüência em pessoas que professam alguma fé, e em geral estão associados à condenação do inferno já que as religiões associam essas idéias ao pecado. A confissão repetida ou rituais de purificação (rezas, banhos, etc.) surgem como defesa da angústia que surge.

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0075 [Perg/Resp] Namoro não terminado ou amizade com sexo?


Não tenho sorte no amor
Comecei uma amizade há menos de um mês. Quando eu menos esperava, ele pediu meu telefone e começamos um namoro. Mas não me dava atenção nem carinho, e quando me queixava ele dizia que era assim e não iria mudar por ninguém. Depois de transarmos ficou mais carinhoso, conheci sua família, foi ótimo.  Liguei um dia e me disse: “te ligo mais tarde”, mas nunca mais ligou. Nunca dá para nos encontrarmos e parece que é o que ele quer. Não consigo sair de casa, não tenho sorte com homens.
Bianca.

Ainda no início você já estava insatisfeita com o tratamento dele, mas aceitou. Se para a mulher se entregar ela precisa sentir-se amada, o homem não apenas consegue desvincular o amor do sexo, mas também necessita mais da entrega para sentir-se amado. São lógicas opostas.
Houve, no entanto, esse momento e foi bem vivido por você, mas como terá sido para ele? Dentro do contexto, apresentá-la à família dele é relevante; mais relevante ainda é não lhe dar retorno algum até agora. Você o procurou mais alguma vez para, pelo menos, esclarecer a situação? Porque todas essas questões pendentes alimentam sua imaginação, mas e a realidade?
Deve-se considerar a possibilidade dele ter alcançado seu objetivo e agora querer se livrar de compromissos. Deixar essa experiência determinar sua atitude na vida amorosa, se vitimizando e colocando todos os homens no mesmo saco já é uma responsabilidade exclusivamente sua.

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sexta-feira, 22 de abril de 2011

0074 [Artigo] TOC (VI) Pensamentos Impróprios



TOC (VI) – Pensamentos Impróprios 1
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No TOC - Pensamentos incontroláveis e impróprios
 Os chamados ‘pensamentos impróprios’ aparecem no TOC com conteúdo agressivo, violento, sexual, religioso (blasfemando). Eventualmente todos nós temos tais pensamentos, mas eles aparecem no TOC invadindo a mente da pessoa elevando sua angústia ao insuportável com idéias catastróficas. Quando esses pensamentos nos ocorrem, logo percebemos que “estamos pensando besteira”. No TOC, ao contrário, ele desencadeia uma série de idéias irracionais que disparam mecanismos de verificação ou evitação de dada situação de tanto que o sujeito se sente perseguido por eles. De certa forma, o esforço para afastá-los indica sua força. Quanto mais tentam se livrar deles, mais intensos se tornam.
Os pensamentos mais comuns de conteúdo agressivo são:
Atirar o bebê pela janela;
Intoxicar o filho com veneno ou gás;
Empurrar pessoa idosa ou criança escada abaixo;
Dar um soco numa pessoa ao cumprimentá-la;
Atirar o carro no pedestre ou atropelar pessoa idosa.
Portadores de TOC com esses pensamentos vivem perseguidos pelo medo de que um dia sua fantasia seja realizada de fato. Com isso colocam telas nas janelas, evitam compromissos sociais ou cumprimentar pessoas, checam a sacola ou bolsa, se não carregam veneno nelas. Isso dá uma noção do prejuízo que essas pessoas sofrem na vida social, pessoal, emocional, entre outros.
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0074 [Perg/Resp] Minha filha de 11 anos é interesseira


Minha filha de 11 anos é muito vaidosa, arrogante, sempre me critica. Já não quer me abraçar nem beijar, só chega perto de mim para pedir coisas que são de interesse dela. Penso em negar, mas sou mole e acabo cedendo. Será que ela vai voltar a ser o que ela era antes, quando crescer? Só tem olhos para amigas, computador e espelho.
Hélia, Uberada/MG.

Sua filha é pré-adolescente, nada mais natural. Essa fase inicia uma transição relativamente longa, a adolescência. Não conheço adolescente que não seja egoísta, possessivo, interesseiro. Afinal, ele perdeu o direito de ser criança, mas não adquiriu o de ser adulto. Esse momento é confuso pela identidade que ainda terá que se firmar no término da adolescência, e isso quer dizer que ela não voltará a ser o que era antes. Não sei exatamente o que quis ao me perguntar isso, mas ninguém pode voltar no tempo. Mas não é possível saber se os comportamentos descritos vão deixar de fazer parte dela. Espera-se que sim, com a maturidade.
Ela só quer amigas e computador
É comum as mães sofrerem emocionalmente ao ver seus filhos crescendo e ganhando autonomia. É um paradoxo, pois sua razão quer a maturidade do filho/a, mas a emoção entra em conflito.
Para que seja possível à sua filha tal amadurecimento, é imprescindível que você saiba suportar os ‘caprichos’ dela sem tanta angústia. Sua filha está buscando uma forma de se tornar pessoa. Aceitar parece ser sua dificuldade.

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quarta-feira, 20 de abril de 2011

0073 [Artigo] TOC (V) Dúvidas e Verificações

TOC (V) – Dúvidas e Verificações

Quando ocorrem verificações repetidas ou se na impossibilidade de realizá-las o sujeito se sente angustiado, devem ser consideradas como sintoma do TOC. Surgem intensamente ao: sair de casa, deitar-se para dormir, estacionar o carro, sair do trabalho. São momentos em que se encerra uma atividade para iniciar outra. A obsessão por não falhar pode desencadear o processo angustiante. Verificações mais comuns:
Fechar portas e janelas;
Desligar eletrodomésticos;
Verificações no TOC
Fechar as torneiras com força com necessidade de apertá-las a ponto de quebrá-la; ou passar a mão por baixo para não deixar gotejando;
Acender/apagar lâmpadas apagadas; ligar/desligar celular ou TV, temendo não estarem “bem” desligados;
Na bolsa/carteira, para que não faltem documentos;
Se atropelou ou não algum pedestre na calçada ou ao lado, verifica no retrovisor ou refaz o trajeto e certifica-se de que nada ocorreu;
Testam portas/vidros do carro se estão bem fechados, mesmo com os pinos travados.
Além das verificações, a pessoa costuma tocar botões de fogão, torneira de gás, portas de geladeira, etc. São formas sutis de verificação que visam a diminuir a angústia gerada pela dúvida e incerteza. Quando é mental, repetem a leitura de um texto, uma conversa para não deixar escapar qualquer detalhe, revisam o cheque para não deixarem erro.

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0073 [Perg/Resp] Minha desconfiança se confirmou


Não tenho espaço na vida dele
Sou casada há 24 anos e sempre desconfiei dele. Sempre saiu muito para beber e até procurei AA, passou beber menos e sair mais. Descobri um telefone e um extrato bancário em nome de uma mulher, mas disse que estava ajudando uma pessoa. Brigamos todo dia, fui parar no hospital com pressão alta, e ainda me acusa de ter ficado mal, como se eu escolhesse isso. Penso em separação, não tenho espaço na vida dele, não me chama pra sair, quando sai está sempre cansado. Não sei por onde começar, nem juridicamente.
Mônica, 46.

O que lhe prende a esse homem? Se sempre desconfiou teve motivos desde o início, mesmo que no nível da suspeição. Racionalmente falando, uma conversa séria com ele deveria encaminhar para uma decisão. Mas do jeito que coloca está presa emocionalmente a ele. Ou será que há outros fatores implícitos na questão? 
Toda sua desconfiança fundamentada agora com os documentos encontrados se consolida. Mas não seria prudente uma conversa ‘cartas na mesa’? Um dos pilares das relações humanas é a confiança, que se antes já estava posta sob suspeita, agora ganha consistência. E não conheço relacionamentos que sobrevivam num clima de desconfiança. 
Outra coisa que deve considerar para iniciar algo, já que está tão perdida, é preservar mais sua saúde e se expor menos a situações que a fragilizem como ocorreu, para depois, se for o caso, pensar na separação como se referiu.

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0072 [Artigo] TOC (IV) - Compulsões e Rituais

TOC (IV) – Compulsões e Rituais

Rituais em pessoas com TOC
Há um grupo de compulsões que não são observáveis no comportamento, pois ocorrem mentalmente, mas têm o mesmo objetivo das demais: reduzir a angústia associada às idéias. As mais comuns:
● Repetir palavras especiais ou frases;
Rezar;
● Relembrar cenas ou imagens;
 Contar ou repetir números;
● Fazer listas;
Marcar datas;
● Substituir pensamentos indesejáveis por pensamentos contrários;
As evitações podem não serem associadas ao medo de contaminação de doenças. O nojo pode ser o fator desencadeador. Evitam tocar em: carne, gelatina, colas, urina, sêmen, etc., não por medo de contrair doenças ou outro pensamento catastrófico comum ao TOC (transtorno obsessivo compulsivo). Evita-se por nojo mesmo. O tratamento indicado para o TOC (terapia de exposição e prevenção de rituais) pode sanar os sintomas compulsivos de qualquer natureza.
Um elemento comum no TOC é o medo de falhar. A pessoa fantasia tragédias decorrentes de sua suposta falha (incêndio, inundação entre outras coisas) e começa a fazer verificações e repetições para se aliviar da angústia que surge. Essas fantasias surgem em forma de dúvidas e incertezas, chegando ao ponto de a pessoa preferir não assumir certas responsabilidades para evitar a angústia. Não sai por último para não esquecer nada ligado, por exemplo. Pessoas exigentes e/ou perfeccionistas são as mais atingidas por esses pensamentos.
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