quarta-feira, 28 de novembro de 2012

0118 [Artigo] O Sucesso e a Máscara de Bruno



O SUCESSO E A MÁSCARA DE BRUNO

“O dinheiro e a fama dão o sentimento de expansão na pessoa de um ‘pode tudo’,
que é profundamente angustiante no ser humano“. (Jorge Forbes)

Não lidar bem com o sucesso
faz emergir o 'mascarado'
A mídia tem noticiado com exaustão o caso Bruno sob o prisma dos fatos. Enfocarei o sucesso de Bruno.
Etimologicamente sucesso vem de ‘cair’ (sucedere, de ceder); é um acontecimento que cai, o sujeito cai do grupo a que ele pertence, se destaca. Aquele que se destaca sai do estático em que o grupo se encontra.
Seu sucesso profissional, financeiro, notoriedade, etc., ocorreu cedo. Quando ele é gradativo é decorrência de méritos acumulados. O de Bruno aconteceu explosivamente.
Jorge Forbes, renomado psicanalista diz: “Ter sucesso é não poder se reconhecer no outro. (...) O sucesso precisa ser recebido com maturidade. Caso contrário acontece o mascarado”.
Foi o que aconteceu. Casado se permitia outras mulheres, modelos, amigos suspeitos. É o desenho do mascarado, algo do tipo “eu sou O Cara”.
A pessoa com sucesso sente dificuldade de se legitimar, e encontra basicamente duas maneiras de fazer isso: se mascarando ou se responsabilizando por todas suas ações, sem exceção alguma. No segundo caso a ação é um limite, já que a responsabilidade a acompanha.
Lidar com o sucesso implica suportar o risco que ele representa. É preciso ultrapassar a fase das expectativas do outro, base das máscaras. O mascarado sempre depende da aprovação do outro.

P a r a   e n v i a r   p e r g u n t a s : gobett@tribunatp.com.br

0118 [Perg/Resp] Amo o ex- mesmo namorando outro



Amei-o e fui amada demais por um ano e meio. O namoro esfriou e ele sendo mais novo preferiu curtir a vida, mas nunca o esqueci. Encontrávamos-nos escondidos, pois tínhamos namorado/a. Ele chorou se mostrou arrependido e agora terminou com ela e diz que me ama. Meu namorado demonstra seu amor nos atos, disposto a me ajudar a esquecê-lo, mas não consigo amá-lo profundamente. Não quero fazê-lo sofrer como já sofri. Eu realmente gostaria de amá-lo de verdade. Todos me dizem que ele é pessoa pra casar e isso está me deixando deprimida.
Paty, RJ.

Encontrávamo-nos escondidos,
tínhamos namorado/a
Dois amores, cada um com bases e referências diferentes. Não me canso de dizer que é preciso se encerrar uma relação afetiva internamente para outra vir nos habitar. Amores mal resolvidos trazem prejuízos em novas relações. Idealizações não derrubadas pelo real se mitificam e cria-se uma imagem do objeto de desejo. Isso se potencializa de tal forma que a pessoa corre o risco de não mais conseguir amar alguém.
Não há comparativo suficiente que convença seu coração da pessoa certa para você. Só você mesma sabe o que cada namorado lhe representa (mesmo que imaginariamente) e ninguém tem como avaliar isso. Dizer sem estar envolvido é muito fácil.
O mais importante no momento é conversar com seu namorado sobre isso tudo. Não alimente expectativas de um grande amor cujas chances de acontecer dependem de resolver suas emoções quanto ao seu ex.

P a r a   e n v i a r   p e r g u n t a s : gobett@tribunatp.com.br

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

0117 [Artigo] Momento da Copa (III) Arbitrariedades



MOMENTO DA COPA (III) – Arbitrariedades

Foram 32 seleções em campo disputando a Copa. A trigésima terceira seleção não competia, mas decidia; era a seleção de árbitros da Fifa. Uma Copa recheada de arbitrariedades. Isso não é uma queixa pela merecida derrota do Brasil. Em momentos decisivos do campeonato, os árbitros pecaram da forma mais dolorosa.
A arbritagem deixou a desejar nessa Copa
A Fifa admitiu publicamente três gols irregulares. Diversos sites apontam o gol de Luís Fabiano como um deles no jogo Brasil x Costa do Marfim. Após o gol o clima ferveu. Jogadores revoltados ‘desceram a chuteira’ retirando Elano da Copa sem ao menos receberem falta. (compensação?)
O gol anulado da Inglaterra reequilibraria o jogo fazendo 2 x 2 contra a Alemanha; Contra o México, em pleno empate de 1 x 1, a arbitragem valida um gol impedido da Argentina, deixando a seleção mexicana desarticulada emocionalmente.
A desclassificação do México e da Inglaterra levou o presidente da Fifa, Joseph S. Blatter, a formalizar publicamente um pedido de desculpas. Pergunto: de que isso resolveu às seleções? Imagine o Brasil desclassificado como foi a Inglaterra. Com tanta tecnologia para auxiliar nos casos duvidosos? Foi uma Copa lastimável em arbitrariedades.
Freud já havia ilustrado que quando o líder (lei, árbitro, no caso) falta, o grupo se dispersa. Em alguns desses momentos os jogadores se estranharam em campo ou não?

P a r a   e n v i a r   p e r g u n t a s : gobett@tribunatp.com.br

0117 [Perg/Resp] Como agir após o 1º encontro?


Nos encontramos, agora não sei se telefono!
Depois de um primeiro encontro maravilhoso (iniciado no virtual) devo esperar o homem ligar? Devo falar que não quero algo casual ou o deixo pensar que tanto faz? Quando deixamos as coisas claras parece que fica mais difícil! Quando saio do carro nunca pergunto o que ele achou de mim ou se nos encontraremos outra vez! Receio parecer fria ou desinteressada!
Célia. 

Houve um tempo que se era ou amigo ou namorado. Isso mudou. Ao contrário do que possa parecer, iniciar um relacionamento casual não denota vulgaridade, necessariamente. Hoje as pessoas estão tendo que se responsabilizar por suas escolhas sem qualquer outra garantia de dever cumprido, exceto o preço por nosso desejo. Havia uma régua moral que media o certo e o errado; Se nossa singularidade está tendo mais espaço, uma nova postura é necessária.
Os receios que relata referem-se à moral anterior à globalização, onde o dever era indicado por uma instância externa. A sociedade mudou e não nos cabe mais recorrer aos paradigmas que suas colocações evidenciam. As funções não são mais exclusivas de homens ou mulheres. Se de um lado a mulher está conquistando o homem, por outro ele não se vê mais na obrigação de responder a isso.
Parecer fria ou desinteressada é uma impressão que surge por uma atitude que não desejaria a você. Parece estar mais dissimulando um sentimento que a frieza propriamente dita, não?

P a r a   e n v i a r   p e r g u n t a s : gobett@tribunatp.com.br

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

0116 [Artigo] Momento da Copa (II) Quem é o culpado?



MOMENTO DA COPA (II) - Quem é o Culpado?

O brasileiro é um povo gregário, festivo, com vida social intensa. O clima de copa evidencia esse fato. A seleção é o assunto das rodinhas, o país pára sua produção para vê-la. Pessoas estranhas entre si sorriem com facilidade, fazemos carreata com bandeiras, buzinadas, etc. Baixamos as guardas, ficamos mais amistosos que no cotidiano pela linguagem comum: a seleção na copa.
Buscar culpados é uma ação do superego
Entretanto, o Brasil foi eliminado e o clima de luto se instalou. Comentaristas procuram as causas da derrota e seus responsáveis ou culpados. Sabemos pela psicanálise que a vida mental infantil é regida pelo princípio do prazer. O infante, quando deseja algo, desconhece os obstáculos para consegui-lo naquele momento, o que explica porque a criança quando contrariada chora, reivindicando a realização de seu desejo.
É na medida em que crescemos que vamos sendo barrados, castrados pelo real. E o princípio da realidade entra em oposição ao do prazer. Essa é uma luta que o homem enfrentará pelo resto de sua vida e que sofrerá mudanças ao longo dela.
A despedida da copa nos coloca frente à frustração e denuncia nosso grau de maturidade. Queríamos a taça, mas como adultos não temos os mesmos direitos da criança. A busca por culpados (ação do superego) vem no lugar do choro infantil, numa recusa à frustração. Mudamos sua expressão, mas será que amadurecemos de fato?
Publicado no jornal A Tribuna Piracicabana, Ed. 199 - 07/07/10 --> www.tribunatp.com.br

P a r a   e n v i a r   p e r g u n t a s : gobett@tribunatp.com.br
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...