terça-feira, 3 de junho de 2008

0009 [ARTIGO] CORPO PARA EXISTIR OU CULTUAR?

CORPO PARA EXISTIR OU CULTUAR?
Ó principes, meus irmãos,
Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?

(F. Pessoa – Poema em Linha Reta).
O culto ao corpo na sociedade
Um tema assim exige contextualização. Nem todo símbolo de poder é passível de ser oferecido ao olhar do outro: dinheiro, carro, casa; inteligência, felicidade, paz, etc. Mas podemos oferecer nosso corpo, a esse olhar. Ele representa nosso nível de poder num determinado contexto sócio-histórico e é nosso principal capital. Oferecemos o corpo ao olhar do outro na busca de reconhecimento, assim como somos solicitados pelo olhar a reconhecer o outro.
Mas nem sempre foi assim. Freud diz que o contato visual ganhou força na espécie humana no momento que passamos de quadrúpedes à bípedes, quando o olfato era o sentido predominante para o acasalamento. Com a supremacia da visão, o significado do corpo foi se modificando e sendo explorado pela Indústria Cultural – termo emprestado da Teoria Crítica. A maior prova disso na atualidade são os Reality Shows tipo BBB, em que a exposição do corpo é a própria razão de alguns participantes.
A excessiva preocupação com o corpo chega ao ponto de prejudicar a saúde, tal como a anorexia nervosa.
A mídia prega um modo de ser no mundo para o controle e manipulação das massas. O corpo, nosso primeiro universo, passa a ser um meio de manifestação narcísica do ego sob o imperativo da cultura.

P a r a   e n v i a r   p e r g u n t a s : gobett@tribunatp.com.br

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