sábado, 15 de dezembro de 2012

0119 [Artigo] A Audiência de Bruno



A AUDIÊNCIA DE BRUNO

A mídia faz tudo em nome de audiência
Quando o cantor Belo foi acusado de envolvimento com o tráfico de drogas, uma emissora de TV manteve a notícia no ar por 2 horas sem intervalos. Baseados numa fita gravada que era tocada a todo instante, nomes iam sendo citados e ligações telefônicas surgiam em defesa. O noticiário superou os maiores índices de audiência.
Estamos vendo, de uma forma um pouco diferente, o mesmo acontecer com o caso Bruno. Em nome da audiência, a mídia exerce um papel que não é o seu: o mérito do julgamento que cabe ao judiciário, a portas fechadas, com as partes representadas, um juiz presidindo a audiência, etc.
A figura do pai (representante da Lei) em nossa sociedade se encontra em declínio vertiginoso. Era o pai quem dava o norte, organizava a casa. Isso acabou. Não vivemos mais aquela sociedade do certo/errado, nossa organização atual não é mais hierarquizada, a globalização horizontalizou as relações Esses fenômenos são sintomas da ausência paterna.
No momento em que a mídia noticia os fatos apontando culpados de certa forma está exercendo um papel que não é legitimamente seu. É bom deixar claro que isso não é um posicionamento favorável ou contra a acusação de Bruno (forma como a mídia veiculou a matéria).
Esse poder da mídia é muito perigoso. Uma investigação policial é criteriosa e não se preocupa com índices de audiência, mas emissoras de rádio e TV sobrevivem deles.

P a r a   e n v i a r   p e r g u n t a s : gobett@tribunatp.com.br

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