sexta-feira, 24 de agosto de 2012

0105 [Artigo] Sexualidade e Consumo na TV 1


SEXUALIDADE E CONSUMO NA TV (I)
 por Paulo Roberto Ceccarelli*

Toda civilização tem de se erigir sobre a coerção e renúncia à pulsão.
Freud, 1929. 

Freud sustenta que a civilização é a responsável direta pela infelicidade do indivíduo, na medida em que exige renúncias pulsionais severas. Ainda que alguns possam suportar os limites impostos à sexualidade sem adoecer (sublimando, por exemplo), outros incapazes de fazê-lo recorreriam a doenças ou transgressões como alternativas pulsionais de vazão à sexualidade. 
A sexualidade é formada também pela mídia
Em “O mal estar na civilização” (1930) Freud revê essa posição com a introdução da pulsão de morte. Sendo essa pulsão uma tendência inata, é um ingrediente irredutível do sofrimento psíquico. Assim, atribuir exclusivamente à civilização a responsabilidade pela doença nervosa seria muito simplista.
O alto preço dessa renúncia só é suportável por meio de satisfações substitutivas. Mais que isto: para que a transformação do gozo em desejo ocorra é necessário que o Outro garanta a continuidade de satisfações substitutivas. Caso contrário uma “permanente parcela de descontentamento persistirá dentro da cultura, o que pode conduzir a perigosas revoltas”. As satisfações substitutivas são parciais, deixando um Mal estar difícil de aplacar.

* Paulo Roberto Ceccarelli é Doutor em Psicopatologia Fundamental e Psicanálise pela Universidade de Paris VII, entre outros títulos de peso.

P a r a   e n v i a r   p e r g u n t a s : gobett@tribunatp.com.br

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