SEXUALIDADE E CONSUMO NA
TV (V)
Reality Shows
Por Paulo
Roberto Ceccarelli*
A idéia de consumo vai além do mundo
físico: novelas, reality shows, programas de rádio, revistas e jornais exibindo
extrema felicidade ou desgraça intoxicam as pessoas. Produzem não só o prazer imediato,
mas também criam um alto grau de independência do mundo externo:
Com esse ‘amortecedor de preocupações'
[propósito da mídia] refugia-se da pressão da realidade para um mundo próprio.
O consumo ultrapassa os Reality Shows |
O fantasiar, necessário ao equilíbrio psíquico pela compensação às
"exigências da sociedade", transforma-se na única forma de satisfação
pulsional ao alcance do sujeito. Quanto menos acesso às satisfações
substitutivas reais, mais o mundo fantasmático se apresenta como alívio de tensões
pulsionais. A pulsão não submetida à realidade (efeito tóxico que a ilusão
produz) tem satisfação muito mais intensa que a submetida a ela. A intensidade
da frustração acompanha a distância entre o que o sujeito é e o que a mídia
decreta como única possibilidade de reconhecimento narcísico. Os comportamentos
anti-sociais e suas vertentes são componentes agressivos gerados pela
frustração. Para alguns é a única forma de se manter certo grau de
"saúde" psíquica.
*
Paulo Roberto Ceccarelli é Doutor em Psicopatologia Fundamental e
Psicanálise pela Universidade de Paris VII, entre outros títulos de
peso.
P a r a e n v i a r p e r g u n t a s : gobett@tribunatp.com.br
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