sábado, 8 de setembro de 2012

0112 [Artigo] Sexualidade e Consumo na TV (VIII)



SEXUALIDADE E CONSUMO NA TV (VIII)
A ditadura da mídia

 Por Paulo Roberto Ceccarelli*
A TV dita como deve ser a sexualidade
A TV aproveita-se da liberdade da revolução sexual para ditar padrões que só são possíveis quando o erotismo se transforma em pornografia (erotismo esvaziado de afeto), e a intimidade é evitada. A sexualidade veiculada pela mídia é tomada como correta. Nessa perspectiva, a pornografia é uma defesa que evita o contato com conteúdos psíquicos proibidos geradores de culpa e prazer. São vários os programas em que há a presença de “especialistas”: psicólogos, psicanalistas, sexólogos, etc., novelas cujo público-alvo é o adolescente. Muitos exibem modelos estereotipados que ditam como agir, exigem performances sexuais sem falhas, comportamentos normativos e normatizantes. Jovens carentes de referências internas se valerão dos modelos da mídia, ignorando-se a dimensão fantasmática presente nas relações sexuais, sem considerar o sexual um mosaico escalonado em diferentes registros, com formas de prazer diversos, múltiplos e por vezes inconciliáveis. Isso pode fazer com que o sujeito se sinta desrespeitado, discriminado, perdido. Por outro lado oferece “soluções” a conflitos internos assegurando ao sujeito a ilusão de pertencimento a um grupo.


* Paulo Roberto Ceccarelli é Doutor em Psicopatologia Fundamental e Psicanálise pela Universidade de Paris VII, entre outros títulos de peso.

P a r a   e n v i a r   p e r g u n t a s : gobett@tribunatp.com.br

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